M#15 Botas e tiras
Debería escribir en portugués esta entrada, pero me sale el español, laputadigo. Después de dormir mi sentido poético por mucho tiempo (mucho, mucho tiempo) logré parir muy rapidamente y bastante desafinadamente, sobre todo por la ansiedad de terminarlo, este poemejo. Me parece que está precioso, no sé si me parece eso porque acaba de nacer o qué, pero así es.
Como botar aonde?
É difícil às vezes aceitar
que não é possível expressar
um sentimento com uma só palavra,
seja onomatopéia ou palavra lavrada.
Penso que mato a sensação
em um segundo, um só som, ah! gong!
por exemplo, mas não.
Faz-se necessária toda uma explicação.
Me perco então entre notas
e tocas, e vozes, e botas,
entre cores, tiras, vogais...
Zig zag sem fim, embora o ponto final.
E muito além, já cansada a mão
e largada a caneta... ou o computador,
penso
(cá com sua tela e meus botões):
Será verdade que a poesia maior
é aquela que consegue ser
toda inteira numa palavra qualquer?
Haverá universo nessa palavra menor?